sábado, 9 de outubro de 2010

Nilton Resende

http://trajeslunares.wordpress.com/prosa-2/diabolo-contos/a-ceia/

a ceia


MORDO O BISCOITO QUE LEVEI VAGAROSO À BOCA, e ele quebrando-se é como ossos que se esmagam. Trituro-o e imagino desfazer-se a rede desenhada em sua superfície, lembrando-me o jogo que meu avô me ensinou e para o qual me convidou em tantas tardes. Biscoito, rede, ossos triturados. Mordo e sinto mastigar o velho, as migalhas saindo pelos cantos como se uns dedos tentassem escapar.

Xolotl Polo

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